Folclore do Centro-Sul
As lendas mais comuns na região Centro-Oeste do Brasil são: Ramãozinho, Saci-pereré, Lobisomem e Pé-de-garra. Com relação às festas tradicionais, podemos destacar: cavalhada, festas juninas e touradas. As dança folclóricas são: congada, folia de reis, tapiocas, cururu e tambor.
Saci-Pereré
O saci pereré é representado por um menino negro de uma perna só, que vive por ai pulando e fumando seu cachimbo, além disso o Saci sempre está usando seu gorro vermelho. O saci adora aprontar travessuras, como acordar pessoas, assustar cavalos e queimar comida.
Lobisomem
Numa noite de lua cheia, um homem foi atacado por um lobo porém ao invés de morrer este homem desenvolveu a capacidade de se transformar em Lobisomem ( Meio Lobo, meio Homem), nas noites de lua cheia, o Lobisomem só pode ser morto por um tiro de bala de prata. O lobisomem não é parte apenas do folclore brasileiro, está lenda está presente em várias partes do mundo
Romãozinho
É uma criatura do folclore brasileiro. Ele é um menino, filho de um agricultor e já nasceu mau e pérfido. Ele sempre gostou de maltratar os animais e destruir as plantas.
Uma vez, sua mãe mandou-o levar o almoço ao pai, que trabalhava na roça. Ele foi de má-vontade. No meio do caminho, ele comeu a galinha, colocou seus ossos na marmita e levou-a ao pai. Quando o pai viu os ossos em vez da comida, ele perguntou o que aquilo significava. Romãozinho, perfidamente, disse:
Romãozinho riu ante a maldição e foi embora. Desde então, o menino nunca cresceu, anda pelas estradas e faz travessuras: quebra as telhas dos telhados a pedradas, assusta os homens e tortura as galinhas. Este mito é algo semelhante ao do judeu-errante, que também nunca morreu por causa de uma maldição
PÉ - DE - GARRAFA
O Pé-de-garrafa é um ente misterioso que vive nas matas e capoeiras. Não o vêem, ou o vêem raramente. Ouvem sempre seus gritos estrídulos, ora amedrontadores, ora tão familiares que os caçadores procuram-nos, acreditando tratar-se de um companheiro perdido. Quanto mais buscam, menos o grito serve de guia, pois multiplica-se em todas as direções, atordoa, desvaira, enlouquece. Os caçadores terminam perdidos ou voltam para casa depois de luta áspera para reencontrar o caminho habitual. Sabem tratar-se do Pé-de-garrafa, porque assinala sua passagem com um rastro redondo, profundo, lembrando um fundo de garrafa. Supõem que o fantasma tenha as extremidades circulares, maciças, fixando vestígios inconfundíveis.
Pé-de-garrafa, Pé-de-quenga, o pé contorço, arredondado, é índice demoníaco. Mãos em garra e pés redondos são "constantes" do senhor diabo. Tem a figura de um homem, é completamente cabeludo e possui uma única perna, a qual termina em casco em forma de fundo de garrafa. Nas velhas Missões de Januária, em Minas Gerais, o mítico Bicho-homem tem também um pé só, pé enorme, redondo, e é denominado, por isso, pé-de-garrafa.
Vale Cabral, um dos primeiros a estudar o Pé-de-garrafa, considerou-o natural do Piauí, morando nas matas como o Caapora, e devia ser de estatura invulgar, a julgar pela pegada enorme que ficava na areia ou no barro mole do massapê. Em Oeiras, Piauí, existe também uma marca redonda em pedra tida como o "Pé do Diabo", perto de um petróglifo com a forma de uma pegada humana (chamado "Pé de Deus"). A entidade da pegada em forma de fundo de garrafa é internacional, tendo sido também identificada no folclore basco (vide o Basajaun), segundo o erudito cearense Gustavo Barroso (1888-1959).
O sertanista Renato Ignácio da Silva procurou uma explicação racional para as marcas em forma de fundo de garrafa que pululam no imaginário do caboclo. Seria talvez a fantasia de uma estratégia nas incursões dos caiapós do Brasil Central para despistar seus inimigos. Diz ele: “(...) Mesmo quando são muitos, apoiam-se nos calcanhares, levantando os dedos dos pés. No rasto tão pequeno deixado pelo primeiro índio caiapó, todo o resto passará, repisando-o, deixando, no chão, uma rodela do tamanho do fundo de um copo. O que deu margem à lenda do bicho-garrafa, tão temido pelos crédulos sertanejos”.
Mesmo que essa curiosa estratégia de despistamento fosse usual entre os indígenas de todo o Brasil, não explicaria os petróglifos feitos com muita paciência e instrumentos de percussão. Nos lajedos às margens do rio Negro, em frente à antiga prefeitura de São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), estão gravados vistosos "fundos de garrafa". O mesmo ocorre junto a petróglifos multimilenares da ilha de Maracá (Roraima).
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